quarta-feira, 21 de agosto de 2013

SERÁ QUE ALGUMA COISA PODE MUDAR?


Esta semana acho que descobri por que continuo escrevendo. Escrevo para me expor, para conversar comigo mesmo, para clarificar as ideias, escrevo para escrever.

Li duas frases que me fizeram refletir sobre o motivo de escrever, bem como enfrentei situações que me confrontaram a fé em uma mudança próxima com a ilusão em correr atrás do vento quando se pensa em pessoas, convivência, sociedade e segurança pública.

Clarice Lispector afirmava que não existe uma razão para continuar escrevendo. Apenas se escreve. Não há um motivo para isso. Escrever é apenas para escrever, para espelhar a alma. Já em um e-mail, de autor desconhecido, li que nem tudo o que enfrentamos pode ser mudado, mas que nada pode ser mudado até que seja enfrentado.

Acho que descobri um pouco mais do porquê me exponho, por que apresento minhas ideias, ainda que não exista qualquer necessidade disso, ainda que as perdas sejam maiores do que os ganhos. Escrevo como sinal de fé, escrevo para me expor, escrevo para chocar.

Expor ideias em um mundo em que as pessoas tem medo, choca! Em nosso mundo é um assombro expor ideias, dúvidas, sentimentos e certezas, corretas ou equivocadas. Esse é o motivo pelo qual escrevo. Assombrar as pessoas com a coragem insana de me expor, de me mostrar, de arriscar.

Quando vejo adolescentes, como vi ultimamente, agindo com a mais vergonhosa covardia de se sentir especial ao humilhar professores e colegas de colégio, tenho dúvida sobre a raça humana, sobre o sentido da vida, sobre a utilidade de falar ou acreditar na paz. Às vezes realmente chego a duvidar se a paz é o melhor caminho, se Deus realmente protege os justos, se um dia o bem vencerá, se o caminho do certo é realmente o correto.

Acho que me exponho para provar que é possível, para estimular - com uma esperança pueril de ver algo melhorar, com uma infantil necessidade de comprometer-me com um mundo que não acredito viável – pessoas a se exporem, a não continuarem na letargia da vida diária que presenciamos, onde a maldade vence e é admirada, onde os fracos covardes prevalecem, onde o mal é motivo de orgulho.

Parece-me que qualquer pequena mudança exigirá a coragem da glória da exposição, do dizer não, basta, chega, isso é errado. Temos que nos expor para impedir que o mal prospere, ainda que seja mais fácil a omissão, o silêncio e o sopor de uma vida calma e sem exposição.

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