Tudo que escrevo pode ser jogado sistemicamente
dentro de uma das três grandes áreas da segurança pública, uma divisão que
criei para explicar a complexidade dessa área da sociedade, de atuação e de
conhecimento.
Divido a segurança pública e escrevo sobre isso
para atingir mais facilmente as pessoas, para conseguir escrever com alguma
autoridade - já que as pessoas valorizam isso antes de saberem o conteúdo do que
é pensado e escrito - para aproveitar o pavor existente da criminalidade, para
fazer com que leiam.
Mas a segurança pública e o crime nos permitem
reflexões muito mais profundas, nos impulsionam a isso, nos obrigam a isso.
Quando se pensa em segurança pública se pensa em viver, em por que vivemos
assim, em por que somos assim, em por que existe a maldade, em como o ser
humano escolhe.
Pensar a criminalidade nos obriga a refletir sobre
sua origem, sobre as entranhas mais profundas do ser humano e sua forma de
organização em grupo, sobre o que queremos da vida, sobre para onde vamos,
sobre como devemos viver a nossa existência na terra, sobre se existe um Deus
Onisciente, Onipotente e Onipresente. Pensar sobre o porquê do crime nos obriga
a refletir sobre o livre arbítrio, sobre o destino, sobre a sociedade e o
determinismo que ela nos impõe, sobre a influência do universo em nós, sobre o
que estamos fazendo até que sejamos vítimas.
Refletir sobre segurança pública nos permite
caminhos indescritíveis e infinitos, ainda que não seja só isso. Antes,
obviamente, temos que pensar em não sermos vítimas, em controlar o crime, em
definir o que é crime, em pensar uma atuação real e possível para a polícia.
Mas isso são obviedades, ainda que difíceis de serem concretizadas de forma
eficiente no mundo real.
Acredito que a dificuldade em solucionar tudo isso
que envolve segurança seja o enigma primeiro de entendermos o que estamos
fazendo aqui e com a nossa existência. Acredito que apenas entendendo isso
poderemos saber para onde estamos indo com a polícia e com a segurança pública.
Antes disso é apenas esperança vã de que algo mudará ou que conseguiremos
infligir um medo maior naqueles que não sabem por que vivem ou que não
conseguiram interiorizar alguma ilusão para uma existência sem sentido.
Muito profundo sua reflexão, acredito que todos deveriam pensar neste assunto. Talvez algumas lições básicas poderiam nos ajudar, as religiões estão no mundo para melhorar o convívio da sociedade em uma determinada época. No Cristianismo por exemplo encontramos no evangelho de Mateus várias ensinamentos que interpretados e aplicados melhorariam, e muito nossas relações até mesmo nos dias de Hoje.
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