domingo, 10 de fevereiro de 2013

ALGUNS NÃO ENTENDEM

Quando organizamos a nossa sociedade e nossas regras de convivência, imaginávamos que nem todos conseguiriam cumprir as normas, respeitar os outros, não violar as liberdades. Alguns valores sempre eram, são e serão violados por alguém em algum momento. Conflitos de interesses fazem parte da convivência social. Por isso existe o Poder Judiciário, pessoas que decidem quando outras não conseguem se entender por conta própria. O Direito Civil é um conjunto de regras de convivência que estabelece quais os direitos de cada pessoa na vida em sociedade, o que ela pode fazer, o que não pode e o que deve fazer. Gostaríamos que toda vida em sociedade fosse regulada tão somente pelo Direito Civil. Isto seria uma sociedade civilizada. 
No entanto, nem sempre isso é possível, pois alguns desrespeitam os valores, os sentimentos, os direitos mais importantes de outras pessoas. Algumas pessoas matam, roubam o patrimônio, violam a liberdade sexual, desrespeitam a liberdade de outros. Infelizmente, alguns dos nossos não compreendem o que é viver em sociedade, a sua importância, como isto nos é útil, como a vida fica mais fácil vivendo em grupo. Essas pessoas cometem crimes, condutas graves que ferem os valores mais importantes da nossa sociedade. 
Nesses casos não são suficientes acordos, ordens de não fazer, multas ou conciliações. Quem fere os bens jurídicos mais importantes do nosso grupo precisa da ameaça de um mal maior, da insegurança de que o Estado (nosso grupo de pessoas que se organizou) também sabe como e pode utilizar a violência. Temos um grupo de pessoas só para isso, para ameaçar e utilizar a violência quando necessário: a polícia. 
Quando entendemos o que é sociedade, Estado e Constituição, é inimaginável pensarmos o que é a polícia de verdade. Polícia é o braço forte do Estado, que realizará a violência quando necessário, que servirá em todos os momentos de um doce conselheiro no ouvido de todos nós: não faça ao seu próximo aquilo que não deseja que façam com você, pois estaremos aqui para sermos pior. 
Alguns filósofos acreditam que não existe sociedade sem polícia, outros esperam que ela um dia deixe de ser necessária. Outros, ainda, a consideram construtora das liberdades e da própria sociedade. E eu? Eu não sei. A polícia é tudo que precisamos e não queremos.
Por Rafael F. Vianna
Publicado no Jornal do ônibus, no Jornal Correio Paranaense e no Jornal de Colombo.

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